quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Homenagem

Sei que a vontade que me consome de escrever é o puro gosto e admiração que tenho por aqueles que, antes de mim, empunharam lápis e papel e vieram a ter com as palavras relações afetivas e funcionais. Bordar o sentimento com letras que possam transmitir a nobreza da alma humana não é fácil, e há de ser assim durantes longos anos. Até que a costureira borde por vontade própria, os poetas não serão verdadeiramente livres.
Aqueles que merecem minha sincera admiração - não que ela valha prestígio especial, nem seja dotada de valor financeiro - foram morar em outro tempo que desconheço. A alma se foi, porém o corpo ficou. Mas o corpo prova pouco sobre a existência do homem. O que prova como viveu são obras imateriais que deixou na Terra. Estes que se foram deixaram sua essência em cada palavra que lemos, em cada poesia que provoca o silêncio inconfundível da compreensão.
Nada nos separa deles. É preciso somente reconhecer a poesia em cada canto deste mundo. Todo ser já nasce poeta, nosso Criador é um poeta que adora eufemismos e metáforas. Descubro a poesia mundana graças a eles. Não cito nomes pois cada um sabe quem faz parte de sua próxima estrofe.
Para vocês, postumamente, não consigo apenas agradecer. Há que silenciar e compreender. Eis ai o verdadeiro poeta.

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