quinta-feira, 14 de maio de 2009

Morfina

A cama, desarrumada; o lençol branco embrulha meu corpo.
A janela cinza, a tarde fria.
De algum lugar emana uma essência conhecida
Impregnada há tempos em meu corpo.
O lado vazio do roupeiro berra sua ausência
Já acomodada sem permissão prévia.
Deleite eterno de noites quentes de inverno,
Não vá embora... simplesmente não vá.
E se for, vá na calada da madrugada,
Não se faça percebido, suma sem dizer adeus.

Cheiro seu perfume a tarde inteira:
Meu mais novo vício, minha droga lícita.
Fechar os olhos é sentir sua presença
Abri-los é testemunhar a partida.

Calo o LP da estante delicadamente.
Algo me diz que preciso sentir
O peso da solidão
Intensamente.

Um comentário:

Breno Peres disse...

Faz um tempo que sinto e carrego esse peso huhuhuhu.

=*