segunda-feira, 11 de maio de 2009

Separação

Posso imaginar seus olhos vermelhos como dois corações palpitantes. As lágrimas que insistem em se esconder, estas também eu posso imaginar. Imagino seus braços morenos procurando outro corpo para abraçar, mas tudo o que você encontra é o imenso vazio de uma mala anunciando a partida. Eu imagino as palavras de adeus, os olhos desencontrados, eu posso imaginar sua dor - e eu a sinto, acredite. Eu imagino o silêncio da sua casa agora, imagino também os vizinhos comentando lá fora: "E eles não eram para sempre?".
Eu imagino que fica difícil seguir em frente.
Agora, mais do que nunca, eu imagino você como um ser humano desmistificado. Você é para mim o gesto ímpar da fragilidade do amor. Você, fortaleza que é, sofre com a partida dela, seja ela quem for.
Há alguns dias, reinvidiquei em poesia um abraço "menos que amasso, mais que descompasso"; sinto que esteve guardando-o, num gesto altruísta, o destino. Este abraço é seu, e de ninguém mais. A partir de agora, eu me doo completamente para você.
Então eu chegarei mais perto, enxugarei suas lágrimas, e seus dois corações vermelhos palpitantes reconhecerão em meus dois olhos cor de mar todo o amor que durante toda minha vida eu quis lhe dar.

Um comentário:

Breno Peres disse...

Botou quente! Huhuhuhuhu.
Pena que uma certa pessoa não irá ler.

Beijo =*