terça-feira, 13 de maio de 2008

Poem. Poesi.

Vago por entre livros cobertos de poeira.
Ao longe, a cidade insiste em permanecer agitada.
Para observá-la, tenho a vida inteira;
Para poesia, (dizem que) só possuo a hora errada.
E perguntam os homens uma grande besteira:
"Porque perdes tempo escrevendo, menina calada?"
E eu lhos respondo, sem procurar hesitar:
"Nasci mote, apenas tenho de continuar".

Assim cá vivo eu, sempre encurtando meu verso.
A cidade lá fora insiste em me chamar.
Ou sou eu a errada, ou é o inverso:
Eles estão certos em me atrapalhar.
Nem mais um minuto eu peço:
Tenho medo de quererem me matar.
Porque já matam meu tempo de ser livre das algemas
Que sufocam minhas mãos que tecem poemas.

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