quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Amor platônico

Observo tua silhueta a uma distância segura.
Embebida em curiosidade quebro regras,
Sigo teus passos, encontro tua figura
No elevado das altas nuvens negras.

Na imagem virtual do espelho plano
Posso observar suas formas no horizonte.
Farta e cansada de tanto desengano,
Para alcançar-te, subo o monte.

Tão íngreme e escura a estrada,
Tão difícil ultrapassar a passagem!
Alcançar o corpo da pessoa amada
Ou viver somente de tua imagem?

Meu destino, infeliz e irônico,
Acompanha minha caminhada sem futuro.
Vivo deste amor platônico
E perco minha sanidade no escuro.

Mas se neste sonho eu posso te possuir,
E na realidade eu tenho de esquecer,
Não me resta nada além de fazer sumir
Minha vontade de te amar e ter.

Nada posso querer além da morte...
No cume do morro não devo chegar.
Quem sabe, um dia, num lance de sorte,
Eu possa meu verdadeiro amor encontrar.

Nenhum comentário: