segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O frio de Setembro

Te quero com tamanha intensidade, meu amor,
Que temo que um dia descubras minha estranha obsessão.
Irremediável paixão oculta por entre palavras e giz branco,
Observo suas formas longe de ti e perto de tua voz.
Presto atenção no mínimo que fazes: não posso perder nada.
O único artifício que disponho para provar tua existência,
E mostrar que, mais que todos, te quero muito bem,
São os versos que componho nesta noite fria de Setembro,
Justamente quando as flores deveriam desabrochar.
No lugar de tuas mãos, este poema esquenta-me.
Na falta de teu carinho, deixo-me levar pela literatura.
Meu erro grave - um dia descobrirão - é amar sem consciência
Nem responsabilidade. É amar um amor impossível, platônico,
Fora da realidade e do sério, mas perto de teus braços.

Nenhum comentário: