sábado, 6 de dezembro de 2008

Ab imo corde

Um rosto mais grave que o meu.
As mãos maiores, mais longas, mais severas.
O cabelo um tanto grisalho que me conduz, me seduz
E que me traga para dentro do mar agitado que é teu olhar.
Tua mão circunda meu corpo, e pensando nela, divago,
Repenso cenas em que estive, sem saberes, ao teu lado.
Meus olhos fixos nos teus; meu pensamento também.
Um homem maduro que passa e me arrepia.
Um cabide de desejos que escondo em meu armário.
Uma chance de repousar em teu ombro alto,
Em teu corpo maduro, em tuas mãos, que de tão grandes,
Podem agarrar minha vontade e fazer dela o que bem entenderem.
Tu, um tribuno da Plebe, que viajou pela História
Atravessou o dia e seus vestígios
Para que eu pudesse morrer em teus braços serenos.
Tu, e mais ninguém.