sábado, 20 de setembro de 2008

Consertos

Risco e rabisco o verso acabado.
Por milhares de vezes conserto o fim
Mudo o começo (que ficara ruim)
E deixo o meio quase intocado.

Corto e recorto palavras com cuidado.
Repenso o verso e o verso me analisa
Retoco meu poema como à Monalisa
Dedicou sua alma o grande Leonardo.

Tranco minha porta por segurança.
Posso sem cuidado entrar no poema
Voltar a viver um antigo dilema
E fugir como quando criança.

O que me resta é a calma
De ser poeta na vida,
De vagar pelas ruas perdida
E ter na poesia a tradução de minha alma.

Lápis e papel em minha mão
Fazem-me esquecer limitações ao escrever.
São estas coisas que fazer bater
Meu vasto e solitário coração.

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