Negam à raiz seu tronco
e ao tronco, negam os galhos.
Aos galhos, negam as folhas
negam a flor, negam o fruto.
Tiram-lhe o esplendor da primavera
a melancolia do outono
e o desespero íntimo do inverno.
Não verão.
Tudo o que é árvore
o que um dia lhe foi forma
raiz, pedaço de terra
lhe negam: não existe.
Em vão lhe perguntam "então de onde vem essa sombra?"
"e de onde vem esse fruto?".
Ainda assim lhe negam a vida
a morte, o tempo, o direito ao luto.
De quando em quando
negam aos homens sua história
e às flores, seus botões.
Em holocausto vivem os homens
que negam mais de seis milhões.
3 comentários:
Como já te disse:
me nego a acreditar na negação.
beijo, linda.
:) Gostei!
A Alma
se veste de palavras
para não ficar escondida
e ser amante
e amada.
Belos versos!
Tácito
(No rastro da poesia)
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