Fabiano, você é um bicho
Mistura de sertão e destino
Palavra desfeita no chão
Que arranha a garganta, opressão
Fabiano, você é um veterano
A penúria lhe queima o couro
No sol do meio dia em que caminha
Foge de suas mãos o pouco que lhe resta
Fabiano, você é apressado
Escapa da morte à surdina
Corre pelo chão quente da caatinga
Com esperanças de viver mais um dia
Fabiano, você é o pó vermelho
Que entra pela casa anunciando a seca
Que deixa rastro de morte na fazenda
Por onde entorna o vazio e o silêncio sem piedade
Fabiano, você não é homem
Não é pessoa, não é dono de nada
É apenas mais um sertanejo
Fugindo eternamente do soldado amarelo
2 comentários:
Esse é realmente um livro marcante! merecedor de mtas belas e fortes poesias...como essa!!
beijos
me belisca!
esse genio é minha amiga!
bjoss
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