quinta-feira, 30 de julho de 2009

Coruja

É a mesma história de sempre:
um amor que não deu certo
ou que nem chegou a se consumar como amor
ficou só na espera de ser promovido
e de tanto esperar, murchou como uma flor.

É o mesmo tempo de sempre:
lá fora uns quinze graus celsius,
aqui dentro uns vinte e tanto,
dentro de mim nem o coração bate mais
e pra ser geladeira só falta ser pintada de branco.

É a mesma briga de sempre:
a incompatibilidade de gênios
o pai que insiste na moral da família
a mãe que esquece de abraçar sua filha
os irmãos que dividem o banheiro, a sala e o quarto de dormir
e o cachorro histérico que não para de latir.

Parece que a vida vira uma mesmice infernal
e a história perde sua moral.
O que se ensinar a partir de agora?
Não ame quem não te ama
use o cobertor de lã na cama
o cachorro não pode subir na bicama
...

No silêncio que a noite traz
mergulho na poesia
para ficar em paz.

9 comentários:

Anônimo disse...

Autora escondida, sentimentos a flor da pele.

A poesia é sempre uma ótima companheira. Nunca reclama.

beijo

Anônimo disse...

O que mais me deixa indigninado é que só eu comento nesses textos tão lindos.

Tomara que não seja também o único a ler.

Anônimo disse...

Duas pessoas que escrevem poesia para trialogar.

Temos a mesma necessidade.

Anônimo disse...

E seguindo ordens, atualizei o blog. Texto pequeno não tinha nada em mente.

Ando sussurando muito por aqui. :)

Unknown disse...

Li esse e outros textos seus. Sabe qual a sua marca? Ritmo!
O que vc escreve tende a embalar.
Bela poesia, bela mensagem.
QUe bom que vc tb gostou do meu blog.
Volte sempre
Abração

Breno Peres disse...

Tem alguém precisando postar!


Beijo, Nêga.

Anônimo disse...

que coruja tão chata.

Dudu Mélo disse...

De fato, a poesia é uma válvula de escape, um ombro amigo, uma mão que se estende, ouvidos e olhos atentos, passos no ar, barcos nas nuvens.. é uma amiga, uma amante, uma namorada.. Ela é lágrima, sangue, suor.. É ódio, amor.. É um alívio, um prazer.. Um verdadeiro orgasmo mental qd se finda no último ponto.

xeru

Gabriel Salomão disse...

"ficou só na espera de ser promovido"

E quantos, e quantos, e quantos não ficam?

Estou lendo e adorando a maneira de você expressar o que tanta gente (ou tanto poeta) sente e não disse assim.

Um beijo!

[penadevidro.blogspot.com]